Energia solar deve atrair 5 mil novas empresas ao mercado em 2021
A energia solar vive um momento único no Brasil. No último ano, mesmo em contexto de pandemia, a capacidade energética do setor cresceu cerca de 52% e hoje, a solar é vista como a principal fonte a encabeçar a retomada verde no país e a transição para uma economia 100% limpa e renovável, seguida da eólica, hidrelétrica e do gás natural.
A ascensão também se refletiu no ambiente corporativo: em 2020, surgiram cerca de 450 novas empresas do setor a cada mês. Neste ano, as estimativas são ainda mais otimistas, e a perspectiva é de que 5.400 companhias comecem suas operações no Brasil até dezembro, segundo mapeamento do Portal Solar, principal marketplace de energia solar fotovoltaica no país. O crescimento, segundo a empresa, corresponde a uma alta de 27% quando comparado ao volume total de empresas no segmento fotovoltaico no país, que hoje conta com 20 mil companhias.
O surgimento de novas empresas não é algo incomum no setor. Em uma pesquisa realizada em 2020, o Portal Solar concluiu que apenas 12,3% das empresas que atuam com energia solar fotovoltaica estão no mercado há mais de quatro anos, enquanto a maior parcela delas (41,2%) está no ramo há menos de um ano.
O conhecimento técnico a respeito da energia solar fotovoltaica e os benefícios da geração de energia limpa no Brasil também serão propulsores para novos cadastros de empresas na plataforma da Portal Solar em 2021, segundo Meyer. “Percebemos que há um maior conhecimento sobre financiamentos e acesso de um público com rendas menores”, diz.
Segundo a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar) o segmento atraiu mais de 13 bilhões de reais em investimentos em 2020, incluindo as grandes usinas e os sistemas de geração em telhados de pequenos terrenos comerciais e residenciais. O valor bilionário repercutiu na criação de mais de 86 mil novos postos de trabalho. Desde 2012, ano inicial em que a entidade passou a monitorar o setor, os investimentos acumulados são de 38 bilhões de reais.
De acordo com o levantamento do Portal Solar, somente no último ano, as empresas que atuam no segmento de geração solar distribuída, ou seja, projetos que não contemplam as grandes usinas, geraram aproximadamente 68 mil empregos no país, um acréscimo de 92% em relação ao acumulado de contratações realizadas entre 2012 e 2019. Na estatística entram distribuidores, revendedores, instaladores e projetistas, por exemplo.
A abertura de novas empresas também tem impacto direto na criação de postos de trabalho. Segundo Meyer, a alta taxa de desemprego motiva, cada vez mais, profissionais a abrirem empresas de energia solar e trabalharem de forma autônoma, como no caso de engenheiros elétricos.
Energia solar em ascensão
Segundo a Absolar, houve um salto de 64% na potência operacional da energia solar fotovoltaica em 2020 em relação a 2019. O Brasil possui atualmente 7,5 gigawatts (GW), somando as usinas de grande porte e os pequenos projetos em telhados e fachadas de comércios e residências.
A tendência é mundial. Nos Estados Unidos, o ano de 2020 também veio junto de um recorde de potência de instalações solares. O país registrou 19 gigawatts a mais nas instalações solares residenciais, segundo a Wood Mackenzie e Solar Energy Industries Association (SEIA).
Na China, o anúncio de Xi Jinping sobre as metas de redução nas emissões de carbono também projetam bons cenários para a energia solar. Especialistas dizem que até 2025, o número de novas instalações fotovoltaicas deve atingir um recorde no país. Já na Europa, a Espanha tem despontado como país de destaque na geração de energia solar, perdendo apenas para a Alemanha. Em um ano, a eletricidade gerada por essa fonte no país cresceu 60%, segundo a rede administradora de energia do país.
Fonte: Exame